Concessões em Infraestrutura: Perspectivas positivas para 2025
Por: Nayron Russo.
O Brasil se prepara para um novo e robusto ciclo de concessões rodoviárias, com potencial para transformar a infraestrutura de transportes do país e gerar impactos relevantes para as empresas concessionárias. Com investimentos que já demonstraram vigor em 2024 e perspectivas ainda mais promissoras para 2025 — ano em que se espera superar os aportes anteriores —, o setor vivencia um cenário de grandes oportunidades e importantes desafios. Estão previstos 15 leilões de concessão de rodovias e um de ferrovia, configurando um marco histórico para o setor. A expectativa é de um volume de investimentos da ordem de R$ 161 bilhões, beneficiando aproximadamente 8,4 mil quilômetros de estradas em todo o território nacional.
Além das rodovias e ferrovias, o setor portuário também integra esse novo ciclo de investimentos em infraestrutura, com iniciativas que visam modernizar a logística de exportação brasileira. Em 2025, o governo pretende realizar 21 leilões portuários, abrangendo diversas regiões do país, com foco na ampliação do acesso aos portos do Sudeste e do Arco Norte. O objetivo é otimizar o escoamento da produção nacional — especialmente de grãos —, aumentar a capacidade logística e promover maior eficiência na cadeia de exportação brasileira.
Essas iniciativas evidenciam uma política clara de atração de capital privado voltada à modernização e à expansão de corredores logísticos e portos estratégicos. Os projetos estão distribuídos por diferentes regiões do país, promovendo um desenvolvimento mais equilibrado da infraestrutura nacional.
O novo ciclo de concessões rodoviárias traz desafios regulatórios relevantes, como a incorporação de tecnologias inovadoras — a exemplo do pedágio free flow — e a estruturação de contratos que promovam maior equilíbrio econômico-financeiro, com menor impacto tarifário para o usuário. Esses contratos tendem a incluir mecanismos mais sofisticados de compartilhamento de riscos, incentivos à inovação e maior previsibilidade regulatória. Paralelamente, a crescente relevância da sustentabilidade e das práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) impõe às concessionárias a necessidade de integrar esses princípios às suas estratégias operacionais e de investimento.
Nesse ambiente de transformação, a atuação técnica e célere da ANTT e da ANTAQ na mediação de conflitos será fundamental para assegurar um ambiente regulatório cooperativo e eficiente, fortalecendo a confiança dos agentes privados.
As concessionárias que investirem em gestão proativa de riscos, qualificação técnica e compromisso com a excelência regulatória estarão mais bem posicionadas para aproveitar as oportunidades deste novo ciclo de investimentos, contribuindo decisivamente para a modernização da infraestrutura brasileira e para o desenvolvimento socioeconômico do país.